Nova foto + entrevista de Kristen com Indiewire

By Kah Barros - 14:14

 
 
Kristen entrevistada para Indiewire antes do Q & A LACMA por Anne Thompson
Kristen Stewart é uma atriz afiada e experiente que é sucesso global; Isso lhe da muitas opções, e ela está usando o máximo delas. É difícil acreditar que Kristen Stewart tem apenas 24 anos. Com a franquia “Twilight” atrás dela, ela tem aproveitado a liberdade de fazer suas próprias escolhas sem se preocupar com considerações comerciais. Ela marcou pontos como a filha da ganhadora do Oscar,Julianne Moore em “Still Alice”, e juntou alguns filmes com Woody Allen, Kelly Reichardt, Ang Lee e Drake Doremus. A verdade é que ela sempre fez escolhas inteligentes. Enquanto alguns de seus indies (On the RoadYellow HandkerchieCamp X-Ray) foram decepcionantes, eles eram nobres e ela aprendeu com todos eles.
Seu último filme, que entrou para a competição em Cannes, “Clouds of Sils Maria” é um drama inglês situado na Europa e dirigido por um francês, Olivier Assayas (Summer Hours, Carlos). Ela é Valentine, a fiel assistente de Maria Enders (Juliette Binoche), uma atriz de teatro que está envelhecendo e se preparando para assumir o papel mais velho na peça que lhe deu fama anos atrás, como uma mulher mais jovem. A dupla acaba isolada em uma área montanhosa lendo sobre a peça e descobrindo um pouco mais sobre si.
Você foi para Cannes com “On the Road” e ”Clouds of Sils Maria”. Pelo qual você ganhou um César. Como foi isso? Não era algo que você estava esperando?
Não. Esses franceses (risos) não gostam de dar elogios a não ser para si mesmo. Eu estava chocada. Mesmo Juliette ficou ”Hey, isso é realmente legal, você foi indicada. É insano que você foi indicada, na verdade.” Se você ver, ela parece mais chocada. Quando eles disseram meu nome, ela gritou na minha orelha tão alto e eu não tinha ideia do que estava acontecendo. Eu nem sequer ouvi meu nome ser chamado. Eu estava tipo ”Espere, o que?”. Ela estava: “Você ganhou! Você ganhou!”. Ela estava realmente chocada, e eu pensei ”Wow, isso deve ser uma coisa realmente importante, nem Juliette consegue acreditar nisso.”
Você mereceu. Este é meu tipo de filme. Mas eu respeito suas escolhas passadas. Há um modus operandi aqui, algo que você está procurando, e não é conforto.
Isso é sempre muito difícil de encontrar. Você pode seguir uma linha ali… Eu tive sorte de interpretar personagens que se destacam como as pessoas que estão contando uma história única. Eu leio muito. Eu recebo muitos roteiros que são superficiais, coisas que já vimos antes, e recentemente pessoas incríveis me chamaram para ajuda-los com seus filmes. Mas essas coisas são raras e eu tive sorte de me juntar a eles.
Em outras palavras, há uma pilha enorme. Você está vagando sobre eles, um monte sob a mesa, e os que você fez são os mais inteligentes. O que há de errado com as coisas que você está recebendo, na maioria das vezes?
Provavelmente eles são apenas chatos, ideias arcaicas, ideias que já vimos sobre como uma mulher deve ser nessas histórias. Eu fiz várias coisas, menores e independentes, que geralmente não contam história sobre mulheres.
Você tem alguns projetos impressionantes. Eu sinto uma maturidade se aproximando agora. Eu sei que você valoriza “Twilight” e a liberdade que isso lhe deu – o que eles chamam de ”foda-se o dinheiro”. Então você é capaz de dizer ”Eu irei fazer um filme da Kelly Reichardt”. Você é capaz de me dar uma noção do que você aprender com os diretores que trabalhou ano passado?
Eu tive sorte o bastante, em uma idade muito jovem, de trabalhar com pessoas que afirmam tudo o que eu acredito, cada catalisador que existiu para mim. Tudo que já me chutou na bunda e disse ”É por isso que você deveria estar fazendo esses filmes.” Sempre foi um diretor; sempre foi alguém que está contando uma história que, subliminarmente, infunde o projeto com esta honra que é simplesmente impossível de negar e desrespeitar. Portanto, você acaba dando tudo o que você pode para isso.
Será que David Fincher se qualifica com ”Panic Room?”
Absolutamente. Esse foi meu segundo filme, foi ai que tudo começou.
E Jon Favreau com “Zathura?” Eu descobri você por esses dois filmes.
Sim. Esses dois são diretores maravilhosos com quem eu trabalhei quando era bem jovem. Eu tenho sido moldada por cada passado que eu dei até o ponto que estou agora. Quero dizer, um monte disso tem a ver com sorte, pois aconteceu de eu ter trabalhado com essas pessoas incrivelmente influentes, e da melhor maneira, mas, a esse ponto, eu tenho esculpido e identificado muito claramente o que eu pulo fora, o que eu faço e o porque de fazer isso, e é bem fácil de se identificar ou descartar as pessoas que estão com ou contra isso.
E Olivier Assayas? O que ele traz?
Ele foi, em dúvidas, para ser honesta com você. Parecia que os maiores passos que ele deu com a gente foi o trabalho que ele fez com o roteiro e com o elenco. No final, ele meio que deixou a gente viver com isso.
Como foi o dia a dia, como trabalhar com Juliette Binoche?
Qualquer questão foi muito crítica para nós seguirmos em frente – qualquer questão que era completamente necessária para nós perguntarmos e que nós não tivemos respostas, que foi frustrante – talvez houve alguns dias onde eu fui pra casa meio ”Eu não tenho ideia. Eu não tenho certeza sobre essa cena. Eu não sei como me sinto sobre isso. Eu não sei o que isso diz.” E agora olho para isso como ”Oh, meu Deus. Você é magistral, convincente, manipuladora, um gênio. Como você nos colocou lá?” Na época eu estava questionando se ele era ciente das complexidades que ele estava escrevendo, e agora eu vejo que tinha. Eu nunca falei sobre o que o filme é ”sobre”, não com ele, até hoje.
Ele filma com várias câmeras?
Não, são duas. Principalmente é uma para duas câmeras. E ele filma muito. Muito decisivo. Sério.
Você fez um filme com um diretor francês, e é um filme muito europeu. Isso será um apelo para o futuro?
Sim. Sim, absolutamente.
Então, Woody Allen: é algo que você queria fazer por um tempo? Qual é sua personagem?
KS: Sim, porque não? Na verdade, pra ser honesta, eu não sei se estou autorizada para falar sobre isso. Eles me mandaram o roteiro e tinha alguém sentado na porta da minha casa. Quando terminei de ler, tive que levar de volta para essa pessoa. As cenas que eu fiz o teste, eu não tenho ideia de onde se encaixam. Eu tive uma conversa com ele.
Ele a deixa sozinha também. Cate Blanchett estava um pouco assustada em ”Blue Jasmine”. Mas funcionou bem para ela.
Aparentemente sim. Muito francês dele. Ele fez, sim (risos).
Você trabalhou com Nima Nourizadeh’s em American Ultra (Lionsgate) com seu amigo de ”Adventureland”, Jesse Eisenberg? (Todo o elenco foi incrível – Bill Hader, Kristen Wiig e Ryan Reynolds)
Foi incrível. Está terminando. É muito comercial, na verdade, o que é diferente para mim. Muito engraçado, o que também é diferente para mim. É uma história de amor com comédia e ultra violenta. Jesse é a estrela do filme, e ele é tão incrível que não há nenhuma maneira do filme não ser fantástico.
Trabalhar com Kelly Reichardt: como foi isso? Ela é uma senhora muito inteligente.
O cara, ela é um gênio. Eu queria ter mais tempo com ela.
Ela vai fazer você estudar os Structuralists. Qual papel você fez para ela?
Honestamente. Ela é uma cineasta definitiva. Não um ”diretor-ache isso”; ela sabe o que ela está procurando, sempre. Eu faço o papel no filme que impulsiona os personagens a acharem que sabem quem são, e que sentem desejo por algo que não podem ter.
Isso soa como Kelly Reichardt.
Sim, certo? Eu fui a esse pequeno bar em Montana onde nós estávamos filmando, e havia um monte de pessoas da cidade jogando cinuca enquanto nós filmávamos. Eles ficavam tipo ”Sobre o que é o filme? O que você está fazendo aqui? Nós sabemos que você está aqui então nos diga sobre o filme.” E eu não poderia dizer-lhes em uma frase sobre o que o filme era. E isso é o que eu amo sobre o filme, foi literalmente: “Bom…” e eu apenas disse o que eu acabei de dizer. Isso diz muito sobre a maneira que ela faz filmes.
E então tem ‘Equals’?
Que eu acabei de ver, e está muito bom. Drake [Doremus] é inteiramente Europeu em sua mente
Bom, ele mantém a câmera bem longe, não é?
Ele usa lentes bem grandes. Mesmo quando está bem no seu rosto, a câmera está bem atrás. Todo o resto está desfocado e tudo o que você foca é na face. O que eu procuro em um diretor americano é o que é mais comum na Europa e na França: pessoas que pessoas que fazem as coisas descaradamente com risco total e fé religiosa sobre onde eles devem ir, ao invés de o que os tornará ricos e famosos. É apenas mais fácil de encontrar aqui, porque é mais típico. Mas, aqui, eu estou indo em direção e encontrando essas mesmas coisas nos diretores americanas. Só é mais raro.
Olha, você descobriu isso em uma idade jovem. Para muitas pessoas leva mais tempo. Matthew McConaughey levou um tempo para chegar onde você está. Apesar de que, acho que muitas pessoas na indústria estão começando a se dar conta que o modo de estúdio não é onde você quer ir.
Não é interessante. É apenas seguro. É apenas uma aposta infalível, e quando é emocionante desse jeito quando você sabe que vai ganhar?
“Equals” foi filmado em Singapura. Por que essa locação?
Se passa em um mundo meio alternativo. Não é necessariamente no futuro, mas é muito surrealista e sci-fi, e é muito “coisa de outro mundo”, então foi bom filmar lá.
Você foi exposta a um número de lugares exóticos. Quando você não está atarefada, você realmente tem a chance de sair e ver o mundo?
Sim. [Risos] Você pode pensar que não, mas especialmente quando filmamos em lugares. Quando é para publicidade, tudo o que eu vejo são paredes de hotéis. Mas filmar em lugares realmente permitem você a mergulhar na cultura. Isso é uma das maneiras que eu tenho muita sorte. Desde mais nova, eu morem em Portland, Nova York e no meio do país, no meio do nada, em Columbus, Ohio por um tempo. Isso molda em você.
E qual foi o lugar mais exótico que mais teve impacto em você?
[Risos] Eu amei trabalhar em New Orleans. Nós fizemos ‘American Ultra’, ‘On the Road’ e um filme chamado ‘Yellow Handkerchief’.
O filme de Ang Lee, Billy Lynn’s Long Halftime Walk é uma exposição militar baseada em uma história verdadeira. Qual papel você interpreta? As filmagens começam no verão (americano) no Texas?
Sim, a história se passa no Texas. Eu interpreto a irmã dele, eu ajo como porta-voz para qualquer pessoa que possa discordar com o motivo pelo qual a guerra é feita, e também para qualquer pessoa que pode estar relacionada intimamente com alguém que lutou por algo que não está atrás. Eu sou a única no filme inteiro que faz a pergunta óbvia.
E conhecer Ang Lee deve ter sido ótimo. Eu entrevistei ele algumas vezes, e ele é um homem muito inteligente e especial. Você apenas não pode ir de um gênero para o outro sem uma certa delicadeza.
Eu só falei com ele uma vez por telefone. Ele foi muito, muito legal. Eu sei! É insano.
Em “Sils Maria” você está interpretando uma personagem, a assistente de uma estrela – o oposto do que você é, de um jeito. Você a conhece bem, porque mulheres assim fazem parte da sua vida. Isso deve ter te dado um certo grau de conforto. Ao mesmo tempo, você está entrando em algo bem íntimo, um tipo de dueto com essa excelente atriz. Deve ter sido desafiador.
A parte fácil para mim, pessoalmente, foi ser alguém que pôde tomar conta de uma mulher na posição dela. Eu seria a melhor que você poderia contratar com uma atriz! Pessoalmente, eu tenho essa experiência, e eu tenho essa natureza protetora natural, porque eu sei o que estar naquela posição. Foi divertido para mim, porque foi engraçado usar esse porta-voz para… não é como se fosse uma grande declaração. É uma declaração muito óbvia no filme que nós estamos fazendo sobre a natureza superficial da indústria, mas a atração inicial foi poder servir alguém em uma posição similar na que eu estou, e também falar sobre esse aspecto da indústria que eu conheço muito de um jeito muito franco.
Soou verdadeiro para mim.
Ótimo. E, posteriormente, olhando para o filme – eu vi em Cannes pela segunda vez -, apenas falar sobre ele com jornalistas e Olivier após esse fato, realmente se desenvolveu em algo que foi um pouco pesado. De primeira, eu pensei que foi engraçado – foi um vislumbre pessoal em algo que foi esotérico e interessante, porque nem muitas pessoas fazem o que eles fazem. mas, ao mesmo tempo, olhar de longe de ver que “uau, isso foi um fardo bem pesado para suportar.” E realmente fala sobre como nós consumimos os artista, e realmente fala como nós idolatramos e descartamos as coisas.
Achei muito comovente, mas me identifiquei com a personagem de Binoche. Eu não acho que sua personagem seja superficial. Eu a vejo como desonesta, manipuladora e facilmente identificada com a personagem que ela está lendo. Isso foi perturbador para ela, então você está fazendo duas coisas ao mesmo tempo. E houve uma carga erótica entre as personagens.
Sim. As duas manipulam uma a outra meio que inconscientemente por todo o filme.
Absolutamente. Elas se amam muito. Uma coisa importante para mim foi fazer com que Valentine não fosse alguém comum. Não alguém que você espera que vá servir a outra, mas alguém que você está curioso para descobrir – alguém que você pensa “ok, então o que te colocou nessa posição? Você não seguiria alguém normalmente.” É claramente alguém que se posiciona pelo o que ela pensa e acredita, e ainda assim ela tem o papel de assistente, e portanto, ela deveria não ter voz.
De algum modo, ela está vivendo através de outra mulher, mas então, nessa situação forçada e íntima, suas próprias necessidades aparecem. Ela precisa de respeito.
Absolutamente. Eu acho que a única razão pela qual ela está lá é porque, se esse respeito não é requerido mutualmente, então ela deveria estar em outro lugar.
Ela afiança e eu amo o modo como Assayas deixa. Parece misterioso, mas ela desiste!
Ela desiste. Para mim, o filme inteiro ela estava tentando provar pontos para ela, para chegar em frente a ela, verbalmente, e Maria pode considerar suas opiniões e pensamentos por um momento, e no próximo momento já se foram. Tudo o que sobra para ela são seus pensamentos pessoais e pouco vistos. No fim, Valentine está “eu estive gritando com você por um filme inteiro. Agora eu vou mostrar o que eu quero dizer e vou desistir. Então isso é o que eu quero dizer.”
 
 

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