Com a seleção de Come Swim para o Sundance Film Festival, um press kit foi liberado na web e podemos ver a Kristen contando como aconteceu o processo de criação do curta, desde os primeiros estágios até a pós produção. Confira:
Como começou:
Esse filme começou com uma imagem. A ideia de o quão prazeroso pode ser um cochilo no fundo do oceano. A adorável isolação de qualquer coisa que respira, ou qualquer processo de pensamento compulsivo. Eu pintei isso. Eu escrevi uma poesia sobre o motivo pelo qual pintei. Eu queria capturar esta imagem tão obsessivamente como os pensamentos recorrentes que conjuraram a imagem em primeiro lugar. O que começou como uma imagem em minha mente se tornou algo muito mais expansivo. Eu escrevi um esboço e revisei poemas escritos nos anos passados. Eu encontrei uma linha de conexão. A pintura. As palavras. Tudo estava conectado. Eu tinha finalmente encontrado minha primeira obra.
Eu queria entrar de ponta cabeça na produção de filmes desde que eu tinha dez anos de idade. Eu tenho uma obsessão com o que ocorre quando as pessoas certas se juntam para meditar sobre um assunto; proteger algo precioso que só se torna explicável quando a obra está completa. Uma força motriz permanece misteriosamente persuasiva até seu nascimento na cabine de edição. E de repente, todo mundo no projeto se dá conta do propósito de tudo.
Meu produtor, David Shapiro, me encorajou a completar minha visão. Conheci David alguns anos atrás em um videoclipe que nós dois dirigimos para uma amiga. Ele foi alguém que me segurei como parceiro criativo, e eu trabalhei com o David para desenvolver o filme durante o período de 2 anos. Eu escrevi um roteiro que permitia um desconhecido interpretar um papel crucial na vivência e respiração do filme. ‘Water‘ mudou para ‘Come Swim‘, como os poemas e a pintura mudou para novos rascunhos de roteiros e esboços sequenciais.
Assim que o roteiro tomou forma, David e sua equipe da Starlight Studios trabalharam para encontrar financiamento para o filme, e finalmente acharam a parceria perfeita na Refinery29, que acreditou e financiou a produção.
O projeto Shatterbox Anthology da Refinery29 se tornou a plataforma id
eal para meu primeiro passo na direção, especificamente sob orientação do Produtor Executivo Shannon Gibson. Inicialmente anunciado no Sundance Film Festival de 2016, Shatterbox Anthology nasceu como um grito de guerra para contrapor-se a falta de representação feminina por trás das câmeras em Hollywood. A coleção de doze curtas destacados na Shatterbox Anthology compartilham o tema comum da dinâmica do poder contado pelas lentes de mulheres. A iniciativa fornece apoio para cineastas mulheres e oportunidades contínuas de realizar sua visão criativa através de múltiplas plataformas, incluindo o alcance de 332 milhões de mulheres globalmente pela Refinery29.
Quando a pré produção começou, nós também trouxemos a bordo Michael Pruss como Produtor Executivo. Mike tinha acabado de produzir o longa ‘Equals‘ em 2015, dirigido por Drake Doremus, co-estrelando Nicholas Hoult, e distribuído por A24/DirecTV. Mike também trouxe a bordo o Co-Produtor Executivo, Philip Detchmendy da RSA, para ajudar com os efeitos visuais.
Com a orientação de Mike Pruss, David e eu criamos a equipe para Come Swim, e nos preparamos para uma filmagem no verão de 2016, após uma preparação de vários anos.
A música de Come Swim:
St. Vincent é o nome artístico da artista solo Annie Clark. St. Vincent ganhou um Grammy por Melhor Álbum Alternativo em 2014.
St. Vincent foi descrita como uma das artistas mais marcantes e inovadoras da década. Ela é profundamente original e capaz de tornar o estranho em algo bonito. Não havia outra pessoa que esperávamos colaborar nesse projeto em particular.
O Produtor David Shapiro entrou em contato com St. Vincent para compor a música para o filme. Annie ficou imediatamente atraída pelo roteiro e visão do projeto e assinou.
Após revisar vários anos de poesia para inspirar a música, algumas daquelas palavras foram gravadas e usadas no som do filme. Toda a instrumentação foi gravada pela própria St. Vincent. St. Vincent também esteve no set por vários dias das filmagens e estava envolvida em cada estágio da preparação inicial.
Come Swim é a estreia de St. Vincent como compositora em filmes.
Criando o mundo impressionista:
As primeiras visualizações ao criar o mundo de Come Swim começaram com uma tela preta e um pincel. A pintura da primeira cena do filme se tornou o ponto tonal e referências estética para o filme pela pré produção.
Ao selecionar um Diretor de Fotografia para Come Swim, eu imediatamente pensei em John Guleserian, que tinha trabalhado comigo em um filme chamado ‘Equals‘.
Nós dois estávamos convencidos de que o filme fosse filmado com efeitos práticos, ao invés de efeitos digitais, o tanto quanto possível. Por exemplo, toda a maquiagem do corpo foi 100% prática/maquiagem de efeitos especiais, a fotografia debaixo d’água foi feita em Fiji e Sydney, Austrália, para capturar as ondas específicas que tínhamos em mente, e várias torres de chuva foram usadas para criar o “aguaceiro torrencial” de chuva previsto para cenas particulares. Nós gravamos cada áudio fisicamente e nivelamos para criar um som interior, enquanto ignoramos completamente os sons pré-fabricados usados na pós produção. Eu queria que isso fosse elementar e orgânico do seu próprio jeito.
A fotografia principal foi feita em Los Angeles e Arizona, incluindo um dia de filmagem em um tanque de água com uma equipe profissional de mergulho e um coordenador marinho.
Adicionalmente, Framestore, a casa de efeitos especiais por trás de ‘The Martian‘ e ‘Gravity‘, trabalhou para usar os efeitos visuais de um jeito sutil e inovador para efetivamente trazer a visão para a tela..
Eu pessoalmente entrei em contato com Bhautik Joshi, um desenvolvedor de pesquisa para a Adobe, que criou uma técnica inovadora para juntar a pintura com a fotografia do filme, e ajudar a criar uma estética impressionista singular. Como Bhautik descreveu a técnica, “Um novo passo artístico e técnico é tomado ao aplicar a transferência do estilo neural para redesenhar cenas chaves no filme no estilo da pintura, realizando-as quase literalmente como o retrato impressionista que sustenta o filme.” Essencialmente, a técnica matemática de Bhautik pega a fotografia do filme, e apresenta da mesma maneira como a pintura original por meio de efeitos visuais.
A pós produção aconteceu nas instalações da Scott Free em West Hollywood, lideradas por Jacob Schulsinger (Ninfomaníaca, Take Me To The River, Force Majuere).
*Tradução Feita Pela Equipe Kristen Stewart Brasil
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