[…] Mesmo que Fawcett esteja ostensivamente à procura da cidade perdida, todos nós sentimos um mistério crescente em relação a aquilo que ele está realmente procurando. Perto do final, o personagem de Robert Pattinson até sugere que ele nunca irá realmente encontrá-la, porque é mais do que apenas Z.
Eu quis fazer um filme sobre a forma como a obsessão cresce. Às vezes vem de elementos fatais. E eu tinha visto a estrutura, o lugar e a posição como males genuínos que o iam restringir. A obsessão tomou outra dimensão. Foi realmente como filmar um buraco. Tratava-se de tentar resolver as queixas que a cultura lhe impunha, que a sociedade lhe impusera, que o comportamento civilizado lhe tinha infligido. E depois a guerra teve este efeito terrível nele. Ele teve todo este caminho e precisava escapar. Se ele tivesse encontrado Z, poderia ter sido muito anti climático para ele. Foi até mesmo para Hiram Bingham. Quando Bingham descobriu Machu Picchu em 1912, foi uma descoberta maravilhosa, e depois ele teve de ter outro ato na sua vida onde se tornou senador, porque não era suficiente.
[…] Robert Pattinson fez muitos trabalhos interessantes com diretores como David Cronenberg, mas nunca classificaria nenhum deles como realista; o que ele faz em um filme como Cosmópolis é muito arqueado. Mas no seu filme, ele desaparece completamente no papel.
É realmente um ato de generosidade. Rob tem esta barba ridícula e é grande e maravilhoso o trabalho de auto-apagamento que ele está fazendo. Eu amo muito os atores, porque eles fazem coisas que eu nunca faria. Todos os diretores, de alguma forma, são atores frustrados, e para um diretor é muito animador ver um ator que é realmente generoso contigo. Foram filmagens muito felizes – tanto quanto foram árduas e brutais.
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