Entrevista da Kristen Para a Vogue Espanha Sobre o Perfume Gabrielle Chanel!
By Kah Barros - 14:01
O que te inspira na personagem Gabrielle?
Naquela época, não era fácil ser mulher e muito menos ter ideias inovadoras. A razão pela qual a Chanel existe é porque Gabrielle nunca parou de questionar e não teve medo de que o resto estivesse em desacordo. Sua vida foi um sobe e desce contínuo, mas no final, o resultado é impressionante. Aspiro a ter essas qualidades. Não é fácil, mas não tenho medo de cometer erros.
Você acredita que as mulheres hoje continuam realizando sua própria revolução?
Percebo um sentimento de comunidade que nunca havia sentido. É certo que tenho apenas 27 anos e não sei de tudo o que aconteceu antes, mas acredito que há um movimento forte de união entre as mulheres. Também tenho a sensação de que nunca foi fácil ser mulher. Por isso admiro as pessoas que fazem o que gostam e aquelas que olham para o futuro. Agora me dou conta de que as mulheres que me fascinam de verdade são como Gabrielle. A razão pela qual estamos aqui é porque ela sentiu algo forte, foi por ela mesma e nunca parou. E não importou os altos e baixo, se a admiravam ou criticavam, ela sempre fez o que quis.
Quem você admira?
Minha mãe, Patti Smith, e sinceramente, Julianne Moore. Ela é muito autêntica e tem uma boa ética de trabalho. Gosto de pessoas assim.
Há algum filme que você considera o mais importante?
Realmente não. Em todos me sinto inspirada por outras pessoas ou ideias. E quando às vezes o produto final não seja tão bom, eu não me importo porque a experiência valeu a pena.
Qual foi o seu papel mais difícil?
Se algo me parece fácil, penso que cometi um erro. Tudo o que eu faço é porque me sinto instintivamente seduzida.
Você tem alguma filosofia de trabalho?
Recentemente me dei conta de que não tenho que ter medo de não fazer um bom trabalho e que esse seja não seja perfeito. Eu penso, “Você tem que fazer que te atrai, porque você não está sozinha nisso. Vai encontrar pessoas que compartilham o mesmo sentimento.” A razão pela qual fazemos arte é para colocar uma ideia em comum. Então você pensa: “Foda-se, alguém está me escutando” e se sente menos sozinha. Poder compartilhar isso torna a vida mais bonita.
Qual foi o seu maior desafio?
Que pergunta mais intensa! Provavelmente, pensar demais. A medida que fui crescendo, comecei a ficar obcecada por controle. O simples fato de não saber algo sempre me incomodou muito. Mas agora amo o desconhecido. Não me importo de me arriscar. Portanto, o maior desafio que tive provavelmente foi deixar para trás essas coisas que me pesavam. Agora, não tenho medo de cair.
Como definiria seu momento atual?
Me sinto muito bem. Tenho atuado desde os 10 anos de idade e não quero parar. Me perguntam muito isso pela ideia de dirigir e eu acredito que não há uma diferença muito grande entre atuar e dirigir. Em ambos os casos se trata de transmitir um sentimento e chegar ao maior número possível de pessoas. Me coloquei a serviço de ideias alheias e agora gostaria de fazer outros se sentirem assim. Então sim, quero dirigir filmes. Esse é meu plano atual.
Você parece confortável com mudanças de visual, incluindo as drásticas. Você as usa como forma de expressão?
Sim, claro. Embora as vezes não estava ciente de quando acontecia, logo, ao olhar para trás, penso que estava usando o cabelo de uma forma ou de outra para dizer algo. A primeira vez que cortei o cabelo e deixei apenas alguns centímetros tive a sensação de que não tinha que me esconder mais. Não que antes eu quisesse me esconder, mas mostrar totalmente o rosto foi uma mudança. O resultado foi honesto e revelador. Com esse corte agora me sinto muito confortável.
Você presta muita atenção na sua imagem? Você gosta de moda?
Não sou obcecada. Na verdade, não me importo muito com roupa, mas quando funciona, é como se liberasse algo em você. Eu também não me importo com a moda em geral, mas sim com quem está por trás e faz coisas bonitas porque sentem que devem fazer. Por exemplo, é muito inspirador ver o pequeno grupo de pessoas que trabalham na Chanel e seu amor pelo o que fazer. Vestir algo que eles criaram e vê-los se emocionarem porque estão te vendo como haviam imaginado me dá satisfação. Quando um bom estilista, ou um diretor, te diz “Vejo algo em você que você não vê, e lhe darei isso” e você sente uma gratidão imensa. É um presente. Quando as coisas funcionam desse jeito, é pura arte.
Qual a importância do perfume pra você?
Uma fragrância cria uma atmosfera. Não se trata apenas de como você se vê fisicamente, e sim de como se sente. Não importa que ninguém esteja com você para sentir o cheiro, porque se trata de uma experiência pessoal. É um prazer. Não é algo necessário, mas é bom.
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