O gênero do filme é bastante indefinido.
Ele começa como uma sátira como All
About Eve de Mankiewicz, em seguida, se
transforma em um filme em câmera
bergmaniana, antes de tomar uma volta
surpreendentemente leve e cômica. Como
se o filme se transforma gradualmente
durante as filmagens e se tornado
incontrolável​​...
Olivier: (risos) Você sabe, os filmes são
sempre incontroláveis! Eu acho que a
singularidade de SILS MARIA é estar sendo
focado no encontro entre duas pessoas. Não
duas personagens, mas, na verdade, duas
pessoas: Juliette Binoche e Kristen Stewart.
Em um ponto, o papel de Valentine era para
ser interpretada por Mia Wasikowska. Eu
amo essa atriz, mas isso teria sido um filme
completamente diferente, talvez mais escuro,
mais perturbador. Kristen realmente trouxe
ao filme o seu humor. Eu a vi abrir-se, livrar-
se frente a Juliette. Acho que nunca a vi tão
radiante. Fiquei muito assustado no começo,
porque Kristen pode ter um aspecto duro/
áspero. Realmente lhe incentivei a deixar ir,
abrir-se, sorrir. Eu acho que o seu encontro
com Juliette foi tudo sobre química. Assim, a
mistura de gêneros no filme, na verdade,
vem da experiência de filmagem e o que as
atrizes têm me dado. Eu gosto da ideia de
que SILS MARIA seriamente é influenciada
por Fassbinder e Bergman, é um filme que
explora o ser humano com leveza e humor.
Então, para você, é uma comédia?
Olivier: Sim, mesmo que o assunto não seja
engraçado. Falo de envelhecimento você
sabe! Mas de alguma forma, constantemente
empurro as filmagens para comédia. Eu
estava sentindo que Juliette e Kristen
estavam em alta demanda disso.
Esta dualidade, Kristen Stewart diz que
esta no filme. Sentimos que através da
personagem de Chloe Moretz, ela fala
sobre seu próprio status em Hollywood. O
diálogo, algumas vezes, refere-se até
mesmo diretamente ao que ela
experimentou especialmente este
escândalo. Isto é muito preocupante e
muito surpreendente para uma atriz
famosa expor-se.
Olivier: É totalmente seu crédito. Eu conheci
Kristen através do produtor de On the Road,
que também é o produtor deste filme. Ele me
incomodava de que eu deveria conhece-la.
Eu não senti que este tipo de projeto
interessaria a ela e a sua fama me parecia
contradizer o projeto do filme. Eu estava
errado, é claro. Ela leu o roteiro, nos
encontramos. Imediatamente gostei do seu
entusiasmo. Mas eu não sabia como abordar
a questão dos papéis com ela. Então,
timidamente lhe perguntei. Ela ainda não
tinha considerado o papel da estrela. Ela
queria a assistente. Eu disse: "Você tem
certeza? Porque isso vai produzir uma coisa
estranha!" Ela olhou para mim e disse: "Isto é
o que eu quero" Eu acho que ela entendeu
mais rápido do que eu que desordem poderia
criar esse personagem. Ela rapidamente
tomou posse do meu script. Kristen tem uma
força real, um estado de espírito que não
temos visto o suficiente em filmes.