Nós encontramos um homem. Um
homem quieto e distante,
emocionalmente e fisicamente isolado.
Pouco tempo depois de conhecer este
homem, seu carro, que parece ser sua
única posse, é roubado. Assim, ele dá
início à perseguição, buscando
incansavelmente o seu automóvel. Mas
isso não é uma perseguição comum.
Não há telefones celulares, pesquisas na
internet ou presença da polícia para
ajudar na caçada. Por quê? Por causa de
David Michôd. The Rover existe em um
mundo 10 anos "depois do colapso",
como um cartão de título introdutório
nos informa. Assim, ao longo do filme,
vemos como um homem (Guy Pearce)
faz o seu caminho através de um
terreno baldio australiano estéril, tudo
em um esforço para recuperar o que é
seu.
Ele conhece uma pessoa ao longo do
caminho, ou seja, Rey (Robert
Pattinson), o irmão simplório do ladrão
que roubou o carro em questão. Juntos,
Rey e "o homem" partiram para
descobrir muitas coisas. A localização
do carro, principalmente, mas também
o efeito (se houver) para continuar a
viver em um mundo tão esquecido por
Deus. Isso é os primeiros 10 minutos do
filme, e isso é tanto quanto eu posso
tornar divulgação confortável. O brilho
de The Rover, tanto em seu enredo
simples e execução controlada, merece
ser descoberto em frente à maior tela
possível, não mais em papel.
O filme tem um aspecto orgânico que
evita efeitos visuais e sabiamente
permite a configuração de falar por si.
Os dias sujos e secos são justapostos
com as noites frias e ameaçadoras.
Através de um visual austero, design de
som esparso e atmosférica, atuação
impecável a ameaça de perigo espreita
em cada quadro do filme. Muito
parecido com o primeiro filme de
Michôd, o drama crime magistral,
Animal Kingdom, você nunca sabe o
que diabos esperar em The Rover.
A maioria dos filmes de ação (e filmes
de terror) são baseados no modelo de
ação, quebra , construir, ação, quebra,
repita. Essas pausas pós-ação liberam a
tensão que o filme tem trabalhado duro
para criar. É por isso que modernos
filmes de gênero raramente têm um
impacto sobre mim. Eles são muito
estereotipados em sua entrega de
emoções, indo constantemente para o
choque rápido, ao invés do suspense
duradouro.
Depois de uma cena de violência que
ocorre em The Rover, a tensão não
quebra. Nem por um momento. Apesar
andamento regular proposital do filme,
nunca há uma liberação, mesmo que os
personagens pensem que exista. Você
nunca sabe o que está vindo e para
onde o filme vai passar. A tensão
resultante equivale a um filme que
literalmente me manteve na ponta do
meu assento para cada minuto de sua
duração. Ah!Certamente, não são
muitos filmes, que posso dizer que
sobre, e dos que eu puder, The Rover
enfileira com o melhor deles.
Os esforços de Robert Pattinson para
romper com a sombra da franquia
Crepúsculo tinham sido fracos na
melhor das hipóteses. Ele tinha
recebido poucos elogios por seu
trabalho em Água para Elefantes, Bel
Ami e Cosmopolis, mas não de mim.
Felizmente, o seu trabalho em The
Rover é uma verdadeira revelação. Seu
Rey está com raiva, confuso e
absolutamente fascinante. Há uma cena
no final do filme em que Rey (que sofre
claramente de uma deficiência mental)
tenta articular uma pergunta, mas não
pode obter as palavras, pelo menos não
na ordem certa. Ele repete a frase duas,
três, quatro vezes, tropeça com cada
enunciado. Há uma frustração auto-
consciente na cara de Rey que deixa
claro que ele sabe que é pouco
inteligente. Neste momento, eu sabia
que iria ter a certeza de usar as
palavras "grande" e "Robert Pattinson"
na mesma frase. Porque isso é
exatamente o que ele está neste filme.
The Rover é, e continuará a ser, um dos
melhores filmes de 2014, é um filme
contemporâneo raro que abre espaço
para o tempo, ao mesmo tempo, instala-
se para emocionantes, momentos
inesperados de conflito. É uma
maravilha de um filme, perfeitamente
desenhado e impecavelmente
estruturado; prova de que o grande
cinema, moderno está vivo e bem e,
como sempre, esperando para ser
descoberto.