Folha de SPaulo: "É libertador não precisar ser bonito o tempo todo", diz Pattinson
Após ficar mundialmente conhecido
pela saga "Crepúsculo", Robert
Pattinson, 28, pôde curtir um pouco do
anonimato no deserto do Outback, na
Austrália.
Pattinson ficou três meses vivendo na
região para gravar o filme "The Rover -
A Caçada", de David Michôd. Ele não
reclama da fama, mas admite que há
momentos em que a atenção de fãs
pode se um pouco invasiva,
especialmente quando está tentando
trabalhar.
"Em termos de performance atrapalha
um pouco, sim. Eu gosto de fazer coisas
antes de gravar, tipo
ficar um tempo 'sendo' o personagem. E
se tem um monte de gente tentando
tirar foto e eu tendo
que sorrir e fazer uma cara ridícula,
não consigo me concentrar", explica.
"Lá eu podia fazer o que quisesse. Eles
devem ter pensado que sou um maluco,
que fico fazendo coisas esquisitas", ri.
"Mas é um tanto libertador. Para mim
foi divertido. Eu relaxei. Adorei filmar
no deserto. Não havia pressão, não
havia ninguém por perto". Astro de
filmes para o público adolescente,
Pattinson também gostou de não
precisar bancar o bonitão e sexy o
tempo todo.
"É meio constrangedor ter que ser
bonito o tempo todo. Se tem alguém
dizendo: 'Você tem que
parecer bonito!', me sinto um idiota,
porque sou um cara, e daí tenho que
ficar pensando em coisas
que não significam nada, só posando.
No momento em que me liberto da
minha própria vaidade, é
um alívio", desabafou. "É libertador".
No filme, que se passa num futuro pós-
apocalíptico, Robert interpreta um
jovem membro de uma
gangue de assaltantes. Após roubarem o
carro de um veterano de guerra, Eric
(Guy Pierce), o personagem de Robert
acaba sendo deixado para trás.
Ele então se une ao personagem de
Pierce em uma busca pela gangue em
meio a um cenário de
destruição e desespero. A trama trouxe
questionamentos ao ator.
"É uma história sobre duas pessoas
tentando encontrar uma razão de viver
em uma situação onde
não há mais esperança. Parece que não
há nada para fazer amanhã, então o
que você deve fazer em
qualquer momento do seu dia?", reflete.
"Até a gangue que faço parte, eles
roubam dinheiro, mas
depois não têm com o que gastá-lo...É
muito difícil saber como continuar
vivendo quando nada
mais parece valer a pena, e mesmo
assim as pessoas vivem."
0 comentários