Juliette Binoche menciona Kristen,'The Big Shoe' e Clouds of Sils Maria para Fotoramas
Juliette Binoche (Paris, 1964) trabalhou
com os melhores diretores do mundo, e,
depois de 50 anos de idade, continua a
ser uma das mais procuradas atrizes.
Sua agenda é uma loucura, mas não a
acessa, mas sim sua assistente pessoal,
Lina Martins, com a qual fomos
contatados para realizar esta entrevista.
Então descobrimos que é impossível não
pensarem 'Sils Maria', o filme de
Olivier Assayas, que nos deixou sem
palavras, no Festival de Cannes e
retrata com precisão a relação
complexa entre a veterana atriz (a
própria Binoche) e sua jovem assistente
pessoal, interpretada por Kristen Stewart
não menos deslumbrante. É o que
dizemos de entrada, e ri.
¿ Sua assistente da vida real Lina
Martins parece com Kristen Stewart?
(Risos) Não, Lina é Portuguesa, tem sim
a minha idade e faz quase 20 anos que
trabalha como a minha assistente
pessoal. Houve um hiato de dois ou três
anos, porque ela queria escrever, e eu já
estava um pouco bem de ar. Mas agora
ela está de volta para casa. Temos uma
relação muito próxima que mistura
amizade e trabalho. E nem sempre é
fácil. É um pouco como um
relacionamento, mas agora, depois de
todo esse tempo, nós somos como
irmãs.
É verdade que 'Sils Maria' era a sua
ideia?
Sim, mas só a idéia original. Eu
realmente queria trabalhar com
Assayas, porque o encontrei muito
timido, distante quando filmamos "
Horas de Verão '(2008), e senti que
ainda podíamos fazer algo bom juntos.
Então eu liguei para ele para falar
sobre os personagens, e ele apresentou
o seu script. Foi ele quem teve a idéia
de transformar a personagem em uma
atriz madura, sua assistente sendo
interpretada por uma jovem atriz Chloë
Grace Moretz.
Assim, o filme de Assayasno é um
retrato Juliette Binoche?
A idéia era, sim, que, entre os quatro
(Olivier, Kristen, Chloë e eu) estávamos
falando sobre a profissão que você sabe
em primeira mão, com algum humor e
ironia à distância. E eu não acho que
meu personagem é particularmente o
me inspirou. Para começar, ela não tem
filhos e tê-los muda tudo. Obriga-nos a
perguntar-se porque somos feitos, e
como participar no mundo.
Você costuma transmitir muita dor
através da tela.
Quem não sofre na vida? Acho que faz
falta atores que reflitam o sofrimento, e
eu imagino que é por isso que eles me
chamam, para ser o catalisador que
transforma sofrimento. Em filmes onde
eu trabalho, mas o final é muito trágico,
sempre preciso de um vislumbre de
esperança.Foi assim por exemplo, em
'The Childhood of a Leader',, a estréia
atrás das câmeras de Brady Corbet, que
é um ator brilhante, mas estava muito
obscuro. Eu tenho alguns filmes muito
difíceis, profundos e transcendentais, e
eu quero mudar isso. Então, em troca eu
vou estar em 'The Big Shoe' por Steven
Shainberg, diretor do
'Secretário' (2002). Vai ser muito mais
divertido, mais eu reencontro com
Kristen. Acho que tenho um potencial
cômico a descobrir. Aos 50 anos eu
começo minha segunda vida.
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