OGlobo: Michôd diz que ‘The rover’ reafirma seu interesse por tipos marginais
RIO - Depois que “Reino animal” (2010),
seu primeiro longa de ficção, ganhou o
grande prêmio do júri em Sundance e
uma indicação ao Oscar (de atriz
coadjuvante, para Jacki Weaver), David
Michôd poderia ter escolhido qualquer
projeto mais ambicioso para fazer em
Hollywood. Mas o australiano preferiu
permanecer na terra natal e explorar
outros de seus personagens sombrios
em “The rover — A caçada”, em cartaz
desde quinta-feira nas salas do Rio.
— De repente, muitas oportunidades se
abriram, mas, no fim, decidi que queria
dirigir meu próprio roteiro e fazer o
filme na Austrália, de forma que
pudesse ter total controle — explica o
diretor de 41 anos em entrevista ao
GLOBO.
Protagonizado por Guy Pearce e Robert
Pattinson, “A caçada” descreve a
perseguição de um homem solitário a
um grupo de assaltantes que roubaram
seu carro. No percurso, captura o irmão
mais novo de um dos ladrões,
menosprezado pelo grupo por causa de
sua deficiência mental, e com ele
estabelece uma tensa parceria. O
cenário é uma Austrália semideserta,
marcada pela violência resultante de
um colapso econômico. Como em “Reino
animal”, o diretor mira em tipos
indiferentes à lei.
— Sou fascinado por personagens que,
não importa o motivo, são forçados a
levar uma vida perigosamente marginal
— justifica Michôd. — Isso não reflete,
necessariamente, minha visão da
sociedade em geral. É, sim, mais um
reflexo de meu interesse por uma
determinada fatia da sociedade.
0 comentários