Quando Kristen Stewart raspou seu cabelo da altura do queixo no começo de março, deixando para trás um cabelo curto da cor do gelo, pareceu haver um momento onde o mundo – o que existe nas notícias de celebridade – parou de girar. “As circunstâncias me ajudaram, porque eu sempre quis fazer isso,” disse a atriz de 27 anos algumas semanas depois de seu novo corte em Nova Orleans, no set de seu novo filme Underwater. O novo visual fez sentido para o drama de ação e grande orçamento que requer que Stewart seja uma engenheira mecânica vestida com um capacete pela maior parte de sua duração. Ainda mais, o estilo simplificado tem sido essencial para expressar uma certa “força” nas câmeras, ela revela – o tipo necessário para uma improvável heroína que precisa superar uma corrente de eventos devastadores. Mas Stewart quer deixar uma coisa clara: Não é para ser visto como masculino. “Imediatamente após raspar, eu me senti inegavelmente feminina,” ela explica. O visual mais exposto também a fez sentir mais alta e magra, subsequentemente a abrindo para cores mais vivas, decotes, e surpreendentemente uma fragrância que se recusa a ser classificada como apenas mais uma floral.
“O cheiro é muito bom – particularmente em mim,” Stewart diz com uma risada enquanto fala sobre Gabrielle, a primeira nova fragrância da Chanel em 15 anos. Como alguém que possui o olfativo um pouco precário – “Para ser honesta, eu amo Old Spice” – a estrela de Crepúsculo que virou queridinha de Cannes não era exatamente a mulher perfumada que Olivier Polge tinha em mente quando começou a trabalhar na fragrância da mistura de jasmim, flor de laranja e ylang ylang que inclui uma linha exclusiva de naro cremoso destilado dos jardins privados da Chanel em Grasse. Mas Gabrielle, a fragrância, muito como sua xará, Gabrielle Chanel – antes de se tornar Coco – é difícil de definir.
Em nossa crescente sociedade gênero-agnóstica, onde as fragrâncias estão se tornando cada vez mais unisex, criando algo tão deliberadamente feminino, como a última criação de Polge, é quase ficção. Mas talvez seja a hora de repensar como aplicamos esse termo em contexto de beleza. “Não é de menininha, de jeito nenhum,” insiste Stewart, que será o resto do perfume em setembro. Ao invés disso, o frasco com líquido dourado tem o que ela descreve como “essência básica” da Chanel, o que os franceses chamam de insoumission, uma palavra que fica entre rebeldia e desobediência em inglês, apesar de a definição de Stewart, por ter uma personalidade firme, descreve de forma melhor.
Em seu papel como embaixadora da Chanel, Stewart foi doutrinada a tradição da fundadora da casa francesa: Ela fez uma tour pelo apartamento da Mademoiselle em Paris, e está ciente das idas e vindas que a levaram de uma cantora órfã de cabaré para uma chapeleira, costureira, perfumista, criadora de uma grife e desafiadora de expectativas a qual a lenda continua a ressoar com as mulheres ao redor do mundo 107 anos após abrir sua primeira loja na Rue Cambon. Mas o jeito que Stewart se conecta com a não conformidade de Chanel parece refrescantemente fora dos negócios. “É difícil falar sobre mim mesma desse jeito, mas eu gosto de imaginar que eu ajo com meus próprios acordos, e que não há nada exterior que me faria desviar das coisas que me mantém nos trilhos,” ela reconhece sua própria força. “Eu me sinto merecedora de tudo isso nesse momento da minha vida,” Stewart diz sobre o aroma sem remorso do perfil de Gabrielle. “O que é um sentimento muito bom.”
0 comentários