Kristen Stewart fala sobre Spencer com o Digital Spy

By Kah Barros - 06:00

 

Obviamente, Diana é um ícone fashion – e muito se fala sobre mulheres conversando sobre roupas, mas é muito importante para ela. Como o figurino impactou seu desenvolvimento de personagem?

É muito importante acertar no figurino nesse filme, como sempre é. Mas obviamente, como você disse, nesse caso, as roupas a definem.


Algumas vezes olho para as fotos de quando ela era mais jovem e ela parece vestida como uma boneca, há uma vulnerabilidade nisso e é meio estranho, ela está se projetando para fora delas. Tipo quando você veste uma criança com um suéter e ela está saindo dele.

Ela é uma pessoa inegável, mesmo quando não está arrasando com a moda, então quando ela está usando algo que ela claramente gosta, é lindo… você pode ver que ela está se sentindo bem. As roupas nesse filme parecem uma prisão. Elas a sobrecarregam.

Você levou muito movimento para o papel, sua fisicalidade tentando sair dessa amarra das roupas, mas também da casa e do título.

Sim, e o espaço é tão grande e ela tão pequena. O diretor foi muito inteligente no jeito em que filmou. Ou estava se afogando nesse espaço imenso ou tão perto que era quase sufocante.

A proximidade com o espaço da câmera, mesmo a temperatura do filme parece fria – parece que está gelado, tipo: “Liguem o aquecedor.”

Eu realmente gostei dessa parte porque é tão direta. O filme não tem um enredo pesado. Se você fosse um alienígena que acabasse de aterrissar na Terra e não soubesse sobre a Família Real ou sobre a Diana, ou o que acontece no final, o filme não faria sentido.

Nós trazemos nossas memórias e nossas projeções para o filme. E, portanto, é muito curioso e meio psicotrópico.

Foi muito mais interessante falar sobre a temperatura, o que as pessoas sentiam internamente – não o que aconteceu, e especificamente descrever o que ela pensa de todos da Família Real. Que está frio e que eles não ligam o aquecedor é uma metáfora perfeita para o que está acontecendo.

O filme tem tantos temas sobre gaslighting e saúde mental – o quanto disso já estava no roteiro e o quanto era você experimentando temas diferentes para ela?

O roteiro era muito bom, muito preciso. E ter algo tão específico e refinado também permite que muitos dos seu pensamentos e sentimentos habitem o espaço.

Foi tão impressionante e estranho, pensei que ele [Larraín] era realmente um mestre e isso foi muito certo para ele.

Eu tornei tudo pessoal. Amo o que o filme diz sobre o geral. E ele fez um lindo trabalho em tocar cada assunto, sem pular nenhum.

Não é sobre coisas acontecendo, é sobre esses pequenos momentos para ela no período de quatro dias, e como essas coisas refletem sua vida até esse ponto como uma mulher tentando entender seu lugar.

Sim, como quando Charles [interpretado por Jack Farthing] diz: “Precisa haver duas de você. Algumas vezes você precisa fazer coisas que seu corpo odeia.” Obviamente, Diana não está sempre pensando sobre a trajetória de sua vida quando está vivendo o momento.

Essa fala diz tanto sobre o que aconteceu e é uma ideia extensiva, mas para mim, eu fiquei tipo: “Então você me odeia? Você está dizendo que me odeia.” Entende? Eu queria me certificar de não estar ciente de toda a alegoria.

Do o que futuro guardava.

Exatamente. Só estar presente no momento e permitir que as falas levem você – não se sentir autoconsciente.


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