Kristen Stewart sabe que ela é a última pessoa que você espera que interprete a Princesa Diana.
Com 1,65m de altura e vinda do sul da Califórnia, a estrela de Crepúsculo é quase 15cm menor do que a famosa figura real britânica, o assunto da nova biografia Spencer. Então, Stewart ficou surpresa quando o cineasta Pablo Larraín a abordou sobre o projeto, o qual imagina um Natal tenso com a família real em 1991.
“Eu disse: “Cara, não. Confia em mim, não”, Stewart brinca, relembrando sua confusa primeira reação. Mas após discutir mais, “sua certeza era tão contagiante e (a ideia de interpretá-la) era tão chamativa. Eu pensei: “É, parece divertido.” Eu sou humana. Sinto proteção por essa pessoa, mas ao mesmo tempo, tenho toda a curiosidade” que todo mundo tem sobre a Princesa de Gales, que morreu em um acidente de carro em 1997 quando tinha apenas 36 anos.
“Diana era uma figura muito misteriosa e senti que Kristen podia capturar esse mistério”, diz Larraín, que dirigiu Natalie Portman até uma indicação ao Oscar como Jacqueline Kennedy em Jackie, de 2016. “Claro, havia a chance de se tornar similar com Diana fisicamente através da maquiagem e do figurino, mas o mais importante é seu magnetismo.” A transformação de Stewart foi aclamada como “brilhante” e “a melhor da carreira” pelos críticos e ela lidera muitas previsões na corrida de Melhor Atriz do Oscar de 2022. Preparando-se para o papel, Stewart assistiu “todas as entrevistas que consegui alcançar”, estudou o timbre sussurrante e risada contagiante de Diana.
“É difícil rir ou ficar extremamente com raiva e emocionada em um sotaque diferente, ou improvisar algo por impulso,” Stewart diz. “Mas tive quatro ou cinco meses para absorvê-la (através de pesquisas) e encontrei essas coisas que estavam prontamente disponíveis para mim assim que começamos a filmar.”
Antes da estreia, Stewart, de 31 anos, sentou-se com o USA Today para falar sobre Spencer e seu noivado recentemente anunciado com a roteirista Dylan Meyer (Moxie).
Como você sente que pôde se relacionar ou entender Diana?
Eu sempre tento viver no momento, em termos de como interajo com câmeras que não são de filmes. Estou muito disposta a ser pega no ângulo errado porque esse é o único jeito de realmente enxergar alguém. Ao olhar fotos de Diana, sinto muito que ela compartilha desse desejo de ser honesta, mesmo que de um jeito um pouco estranho e desajeitado. Senti um desejo muito similar e feroz de ser direta. Me relaciono com esse desejo de conexão.
O filme retrata como Diana era cercada por paparazzi. Houve um ponto na sua carreira em que você conseguiu se desligar ou ignorar os fotógrafos? Ou isso ainda é muito assustador e invasivo?
É totalmente irritante e desumano, como se estivéssemos vivendo em Homens de Preto e eles são os alienígenas. Mas não levo mais esse sentimento para casa comigo. Costumava ser algo mais emocional, esse tipo de roubo. Também não estou mais em um lugar onde o lado ruim supera o bom. Digo, estamos sentados aqui conversando sobre algo que amo muito.
Mas sair de sua casa e ter pessoas gritando com você, acho que ninguém leva isso em consideração quando olham para as fotos de paparazzi. Se você fosse conversar sobre isso com qualquer ser humano normal, diriam: “Isso não é bom.” No entanto, tenho as mesmas curiosidades mórbidas que não deveriam me preocupar. Somos humanos, então não é como se eu não entendesse. Só é irritante.
Há uma montagem deslumbrante no filme de Diana dançando sozinha em vários cômodos e roupas. Como era sua experiência com a dança antes disso?
Já dancei um pouquinho [Risos]. Mas fazer esse filme me abriu de uma forma linda. Fiquei mais alta na pele dela. Ela tinha uma energia muito carinhosa e espiritual. Desse jeito estranho e assustador, que talvez só exista na minha imaginação, senti o poder dela. Não era sobre força. Seu poder é que ela desarma e me senti desarmada por ela. Me senti bem sendo ela e dançando em sua pele.
Que músicas Pablo tocou quando você filmou essa cena?
Uma variedade. Ele tocava Sinead O’Connor, Miles Davis, Chet Baker. Algumas músicas eram tristes e contemplativas, outras eram apenas músicas pop loucas. Eu vejo o filme e fico chocada porque penso: “Eu estava tão feliz filmando isso! Eu estava pulando ouvindo Talking Heads!” Mas você assiste a cena e é de partir o coração.
Como você se sente com a possibilidade de Harry e William assistirem ao filme um dia?
Olha, eu não sei o quanto eles interagem com as histórias que contam sobre eles e sua família. Nós realmente fizemos esse filme com amor. Muitas pessoas possuem uma opinião sobre o que aconteceu, mas nós não temos. Realmente admiramos essa pessoa e estávamos curiosos para saber o sentimento por dentro. Conhecendo a minha versão da Diana, acho que ela acreditava na arte e nessa multiplicidade. Acho que ela ficaria feliz que ainda estamos falamos sobre ela, mas não podemos saber disso.
Parabéns pelo noivado. Como foi compartilhar a notícia pela primeira vez?
Cheguei em um momento em que gosto de ter os detalhes da minha vida, mas também não ao ponto de não a viver. Então, é legal e divertido falar sobre as coisas que te fazem feliz, mas até um certo ponto. Sempre fui uma pessoa muito reservada, então acho que estão surpresos que anunciei o noivado. Mas estamos muito animadas. Sou muito sortuda e estou muito feliz.
Como foi assistir Spencer com sua noiva pela primeira vez? Você se torna autoconsciente ao se assistir?
Meu trabalho é tão ligado com a minha vida. Qualquer pessoa que diz: “Não leve isso para casa com você, não deixe afetar sua vida.” Minha vida é tão interligada com o que faço como atriz. Também, ela é uma cineasta, é uma linda roteirista, e somos colaboradoras agora. Então, eu apenas disse: “Assista isso!” Digo, acho que já vi três vezes agora. Não sou uma pessoa que não assiste seu próprio trabalho. Literalmente me sentei em um sala com cinco dos meus melhores amigos, meu produtor, Dylan e disse: “Ok, me digam o que acham para que possamos melhorar.”
Crepúsculo teve uma recente ressurreição nas redes sociais, entre millenials nostálgicos e a geração Z descobrindo a saga. Como se sente vendo os filmes serem abraçados dessa nova forma?
É legal, cara. Não acredito que já passamos por uma geração inteira. Os filmes passam na TV e eu assisto porque me sinto olhando para mim mesma no ensino médio. Não tenho idade o bastante para não me sentir envergonhada, mas amo aqueles filmes. Eles afetaram as pessoas de um jeito lindo e estou tão feliz que não está parando.
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